Imagine uma pessoa privada de sua liberdade por ter cometido um crime.
Agora imagine que ela terá apenas um lugar onde se posicionar: na cadeia.
Nós, seres humanos de linguagem, estamos aprisionados em nossa cadeia simbólica. Trama construída ao longo de nossa experiência.
Difícil sair dessa cadeia, a não ser que tenhamos a liberdade concedida.
Quem é que concede essa liberdade simbólica?
O juiz que em nós habita.
Aquele que, por ser imperativo e imperador, determina nossos posicionamentos no campo da linguagem.
Ideal de EU... superego!
Há um sujeito preso nessa cadeia simbólica querendo a liberdade a qualquer custo, mas por termos um juiz rígido e perverso, ficamos impossibilitados de nos libertar.
Por isso uma subjetividade pobre, marcada pela repetição, fadada a marginalização e a insatisfação,
Há salvação!
Uma psicanálise como campo de mediação pode trazer benefícios.
Campo onde a fala livre, plena, seja acolhida, equivocada, deslocada, metaforizada, condensada, metonimizada, poetizada, e num excesso de silêncio (Explosão) : Criada! Ah! Clarice Lispector!
Possibilidades que se concretizam e se subjetivam aí onde a fala ganha seu estatuto, sua primazia.